No gol de Bruno Henrique que decretou o empate por 1 a 1 em Goiânia e nas substituições, o elenco do Flamengo foi mais receptivo com Paulo Sousa. Incluiu o treinador na comemoração e os jogadores que saíram de campo fizeram questão de cumprimentar o comandante à beira do campo.
Sensível diferença de comportamento em relação aos últimos jogos. Mudou também a entrega em campo na tentativa de cumprir o plano de jogo do treinador. Esforço para correr para trás e criar na marra as oportunidades que poderiam ter decretado a virada sobre o bom Atlético-GO de Umberto Louzer.
O suficiente para terminar a partida com 56% de posse e 12 finalizações, porém apenas três no alvo. A rigor, o Flamengo foi o de quase sempre desde a saída de Jorge Jesus em 2020: perde gols na frente e falha atrás. Pedro entrou para finalizar no travessão e desperdiçar grande oportunidade de cabeça, livre dentro da área, nos últimos minutos.
Andreas Pereira errou passe, Léo Pereira estava mal posicionado como lateral-zagueiro pela esquerda e Dudu serviu Wellington Rato no gol do time da casa. Se na fase defensiva o time carioca parece mais organizado, mesmo com Willian Arão na zaga pela emergência da lesão no aquecimento de Gustavo Henrique, quando sofre contragolpes é um sufoco.
E assim seguirá por algum tempo. Enquanto Marcos Braz for o vice de futebol, a menos que haja uma catástrofe, como uma eliminação precoce na Copa do Brasil, Paulo Sousa seguirá no comando técnico. Porque demití-lo seria assinar um atestado de incompetência nas contratações de treinadores, sendo Jorge Jesus o golpe de sorte como exceção.
Agora não faz tanta diferença também. Não há mais tempo para treinar. A preparação acabou com os dez dias de treinamentos para o primeiro Fla-Flu da decisão carioca. Desde então, o time joga a cada três ou quatro dias. O sucesso ou fracasso está muito mais nos pés e na alma de um grupo questionado, que terá que lutar e decidir na qualidade individual para compensar as limitações técnicas, táticas, físicas e mentais.
A equipe rubro-negra já abraça seu treinador, mas segue desconectada do bom futebol e sem perspectivas. Ainda assim, diante da expectativa de nova derrota no Estádio Antonio Accioly, que seria a terceira consecutiva para o Dragão, o empate deixou a impressão de saldo positivo. A dura realidade é que o Flamengo ganhou um ponto na estreia do Brasileiro.