Decifrando o 3-1-4-2 de Paulo Sousa no Flamengo

 


Português já apresenta suas primeiras ideias e roda o elenco com um mesmo jeito de jogar.



Na vitória contra o Audax por 2 a 1, Sousa surpreendeu com apenas um zagueiro de origem, Léo Pereira. Sem a posse de bola, ele formava uma dupla com Isla e Filipe Luís e Matheuzinho fechavam os lados. Mas com a posse, o Flamengo formava uma saída de três com Isla e Filipe mais atrás. Quem abria o campo era Lázaro e Matheuzinho. Pedro ficava mais à frente com Gabigol.

Na derrota para o Fluminense, o Flamengo teve Léo Pereira e Gustavo Henrique. Mas o 3-1-4-2 foi o mesmo. Só que Gustavo fazia a saída de três pela direita e Éverton Ribeiro abria o campo, com Arrasaeta e Andreas mais próximos. Sem Pedro, Gabigol ficou mais à frente e Diego se movimentava mais.


O 3-1-4-2 acontece sempre quando o Flamengo tem a posse de bola. O esquema é só um ponto de partida. Ele se desmancha quando o jogo rola. O mais importante: entender os conceitos e ideias que norteam as ações dos jogadores e complementam seus pontos fortes, suas características de jogo.

Paulo já disse quais são essas ideias. Nas coletivas, ele cita três coisas:

  1. Dominar o jogo com a posse de bola.
  2. Variar e criar chances tanto pelo meio como pelos lados.
  3. Atrair o adversário para uma zona e dar velocidade para aproveitar o espaço criado.

O Flamengo coloca isso em campo. Veja na imagem: Thiago Maia tem a bola. Gabigol e Arrasca viram o corpo e se aproximam, o chamado apoio. O intuito desse apoio é atrair o meio e a zaga do Audax para longe da área e criar espaço para Pedro receber a bola. Pedro, que não sabe se vai receber o passe ou não, começa a correr e dá velocidade, como Paulo quer.



Vamos olhar contra o Fluminense. Veja que Éverton Ribeiro tem a bola. Ele atrai dois marcadores do Flu (em vermelho) e um espaço se abre. O que significa espaço aberto? Alguém tem que dar velocidade! Então Andreas sai lá de trás e passa rapidinho para receber a bola. Enquanto isso, tanto Arrasca como Diego começam a correr em outro espaço, o que sobrou nas costas dos volantes.



Já vimos como funciona pelo centro. Pela esquerda. E pela direita? Mesmíssima ideia: Arrascaeta recebe a bola e Thiago Maia vira o corpo. Eles atraem a marcacão e um espaço pela direita se abre. Espaço aberto...tem que dar velocidade! Então não apenas Matheuzinho corre para receber a bola, mas Pedro já se desloca, sem nem saber se vai dar em algo, para que alguém enfie o passe e ele saia na cara do gol.



Os nomes e os adversários podem mudar, mas as ideias são as mesmas. O padrão de jogo é claro. O 3-1-4-2 é o mesmo. A escolha dessa estrutura tem a ver com as ideias que Paulo quer colocar em campo. Por que não o 4-1-3-2 de Jorge Jesus? Ou o 4-2-3-1 de Renato? Simples: é uma forma de beneficiar e aproximar algumas interações entre os jogadores.

  • Como quer que o time vai variando o lugar onde cria chances, ter dois jogadores sempre abertos faz com que o Flamengo possa virar o jogo e ficar com a bola.
  • Com apenas um volante na frente da zaga, Andreas ou Thiago Maia podem se juntar à Arrasca e facilitar a atração do adversário pra um lugar.


#buttons=(Aceitar!) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Saiba mais
Accept !