Após a derrota do Flamengo por 2 a 0 para o Fluminense, o técnico Paulo Sousa criticou bastante a atuação rubro-negra. Afirmou que todos estiveram muito mal, inclusive ele próprio.
- Hoje sem dúvida estivemos todos muito mal individualmente, tecnicamente e taticamente. E eu sou o primeiro a me colocar à frente do grupo. As coisas não funcionaram, e o nosso adversário esteve muito melhor no contexto tático que o meu colega Abel criou para esse jogo. Quisemos acelerar demasiadamente o jogo com poucas situações sobretudo no passe de pouca qualidade. E temos muita qualidade. Estávamos muito distantes nas linhas, o que não nos deixou frescos para dar mais energia na pressão.
O português também citou os erros individuais. No primeiro gol tricolor, Léo Pereira cometeu erro grosseiro. No segundo, o zagueiro também esteve envolvido após Willian Arão recuar em sua direção.
- Depois o jogo tem muito a ver infelizmente com decisões técnicas completamente desfavoráveis. Não foi o que permitimos ao nosso adversário criar. As transições vieram muito por infelicidades dos nossos jogadores. Mas claro que não estivemos bem.
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Erros decisivos de Léo Pereira
- Claro que tem que existir clima, claro que ele tem de dar a volta. Eu, como líder, e seus colegas têm de ajudar. Ele tem uma personalidade forte, iniciou muito bem nessa temporada. Só que é um jogador infelizmente que tem tido esses momentos que condicionam resultados e que lhe trazem muita pressão.
- Tem muitas características importantes, é super agressivo no jogo aéreo. É rápido, joga bem, tecnicamente é evoluído, é super agressivo nos duelos. Por isso é um jogador muito válido. Temos que ajudá-lo a evitar que esses pontuais condicionem resultados.
Certeza que vão reverter a situação
- Nós vamos reverter a situação, não tenho dúvida, sobretudo no nível do jogo que apresentamos.
Bruno Henrique mal por falta de sequência
- Infelizmente o Bruno não teve continuidade na pré-temporada. Esperamos que a continuidade possa levá-lo à melhor performance.
Arrascaeta
- Arrasca veio de viagem, chegou hoje mesmo. Jogador que, com esse tipo de viagem, condiciona muito. Ele também teve uma situação num passado recente conosco de ter lesão após um período com a seleção. Buscamos mantê-lo o máximo em campo porque ele pode decidir jogos.
Flamengo mal em todos os aspectos
- Trabalhamos muito bem, seja em volume, cargas ou dinâmicas com todos os jogadores disponíveis que tínhamos. Estávamos e estamos super confiantes para podermos superar. E para ficarmos na história da grandeza desse clube com o tetra. Hoje foi um jogo muito mal individualmente, tecnicamente e coletivamente. Esperamos corrigir para darmos a volta e sairmos vencedores.
O que o Flamengo precisa fazer para ser campeão?
- Primeiro precisa fazer três gols, temos capacidade para fazer. Temos capacidade tática para superar nosso adversário, mesmo um adversário que tem vantagem de dois gols. Vai continuar fechado e procurando decisões erradas do Flamengo a nível individual. Mas temos confianças nos processos, no elenco e nos nossos jogadores para podermos superar esse caminho difícil e sermos tetra.
Falta química com o sistema de jogo proposta por Paulo Sousa?
- Primeiro dar confiança e ser consistente nos processos. Não é pelos maus resultados que temos de mudar tudo. Para ter química precisamos ser consistentes naquilo que fazemos. Precisamos manter para termos mais convicções individuais e coletivas para atingirmos o auge da qualidade do elenco e dos sistemas.
- É normal, porque nossos processos aquisitivos, nem todos têm a mesma possibilidade de adquirir os processos com a mesma velocidade, com a mesma ideia. E, fundamentalmente, poder manter ou ir mantendo certos jogadores em algumas posições dá certas garantias a fazer dinâmicas com a maior clareza. Mas, sobretudo, nós também temos que reconhecer que dentro do processo existem adversários, e os adversários criam complexidades diferentes, e as complexidades diferentes têm muito a ver com sistemas de jogo, com jogadores que tão dentro do mesmo sistema de jogo. E hoje, a decisão, o global do nosso adversário foi ter um bloco médio baixo em termos defensivos, obrigando-nos ao erro, mas também, hoje, com mais um elemento no corredor central provocando também este erro.
- Não foi muito consequente, mas a infelicidade nossa individual leva-nos a este resultado. Não estivemos bem, não mostramos a qualidade que temos em tudo e, claro, mantemos sempre em causa os processos quando os resultados não são benéficos, mas penso que temos que continuar a ser consistentes, temos que continuar pelo nosso caminho. A nossa torcida, que mesmo na infelicidade, procurou empurrar e deu coragem à equipe para ir para frente e, sem dúvidas, serão eles que vão nos empurrar para que nos próximos 90 minutos possamos ser mais competitivos, podermos estar à altura da nossa qualidade individual e coletiva de forma a podermos dar a volta a este resultado.
Questão mental
- Temos uma grande oportunidade para mostrarmos a capacidade mental que temos de ter num momento de grande desvantagem para tentarmos reverter.
O que a torcida pode esperar do Flamengo?
- O máximo empenho, a máxima alegria de jogo que eles têm pelo Flamengo, o amor que eles têm pelo Flamengo. Tudo farei, como tenho vindo a fazer, para que eles se sintam mais identificados com o que viemos fazendo. Tenho certeza que vão se sentir orgulhosos e bem representados porque eles merecem.
Qual sua parcela de culpa na derrota?
- Minha parcela é maior do que a de todos os nossos jogadores. Claro que não sou eu que estou em campo a tomar decisões a nível de controle, de passe e de drible, de cruzamentos e em decisões com bola ou sem bola. Com certeza sou eu quem tomo as decisões de quem vai jogar e das substituições. Faria as mesmas decisões por aquilo que vi nos 10 dias. Hoje, durante o jogo, eu provavelmente teria decidido uma forma inicial diferente daquela com a qual iniciamos, mas repito: penso que o nosso adversário quase nunca cometeu algum erro individual.
- Temos que investir na qualidade e na clareza dos nossos jogadores. Temos de dar confiança para ultrapassarmos essa grande dificuldade.
Por que Andreas não foi utilizado?
- Existe concorrência. O Thiago (Maia) também, infelizmente, teve um período que não pôde treinar que o condicionou a nível físico, condicional. E esta concorrência é importante porque são posições de grande desgaste, posições de ligação, posição que precisa ter muito trabalho sem bola, sobretudo para fechar linhas de passe nas costas da nossa primeira linha de pressão, em que muitas das vezes essa linha de pressão nem sempre funciona, seja por uma questão estratégica onde a falta de compreensão neste momento, ou falta de alguma intensidade, porque sempre que pressionamos e somos ultrapassados, temos que continuar a pressionar.
- Se assim não for, damos superioridade aos nossos adversários no corredor central, e daí maior desgaste nos nossos volantes. Por isso é importante todos cooperarem e estar todos bem para poder nos ajudar. Mas não vimos essa necessidade, porque o João (Gomes) foi condicionado com um amarelo, mas manteve-se muito bem, cobriu bem o campo, muito forte nos duelos, a empurrar muito bem a equipe com bola, e acabamos por tomar outras decisões que não foram muito bem.