O Flamengo não se planejou para esquecer de 2019. Ficou com aquele ótimo time na cabeça. Agora, já é tarde. Falei há muito tempo que a diretoria precisava rejuvenescer o elenco, mas com preparação e jogadores de talento.
Há também o céu e o inferno vivido pelos jogadores. Hugo, por exemplo, começou muito bem assim que chegou aos profissionais. Quando falhou, a desconfiança apareceu. Foi massacrado por seguidas falhas, jogou bem novamente contra o Fluminense, mas nem por isso virou um supergoleiro.
Há pouco tempo, cogitavam Filipe Luís e David Luiz na Seleção novamente. Agora, nem titulares absolutos são mais.
Diego Ribas disse após a derrota para o Inter que o time precisa "trabalhar muito e falar pouco". Deveria debochar menos quando está por cima.
O Flamengo está perdido internamente faz tempo. Tudo começou com o presidente Rodolfo Landim e a direção acharam que eram donos do futebol. Que poderiam tomar decisões sem consultar ninguém. Foram favoráveis à volta do futebol no momento em que mais de três mil pessoas estavam morrendo por dia por conta da Covid-19.
Jorge Jesus deu muito certo em 2019 fazendo o time jogar um futebol maravilhoso. Virou um Deus na Gávea. Mas, como já disse, não houve contraprova.
O treinador português começou a mostrar seu caráter no mínimo duvidoso quando renovou contrato e pouco depois foi para o Benfica. E o Flamengo ficou perdendo tempo querendo encontrar alguém que repetisse o trabalho dele.
Hoje, é um time sem identidade, sem personalidade, frágil e com muitos daqueles jogadores de 2019. Mas estamos em 2022. Nenhum deles está tendo o mesmo rendimento. Alguns nunca mais terão.
O Flamengo precisa pensar em se organizar e investir nos torneios de jogos eliminatórios, como Copa do Brasil e Libertadores. Pensar também em uma reformulação completa do elenco.
Por arrogância, a diretoria não percebeu que precisava fazer mudanças no elenco. Agora, paga um preço alto. Não estou dizendo que está tudo perdido, ainda restam alguns meses na temporada. Mas o clube está uma bagunça.